[Crime e Castigo, cap VII, pg 92. Apartamento de Aliena Ivánovna, Raskólnikov acaba de matar a velha e incia o roubo] Ele botou o machado no chão, ao lado da morta, e no mesmo instante atirou-se ao bolso dela, procurando não se sujar do sangue que escorria. [...] "Meu Deus! Preciso fugir, fugir!" - balbuciou e lançou-se para a ante-sala. Mas ali o aguardava um horror como, é claro, nunca havia experimentado.
[entra em cena Ferdinand Bardamu de Viagem ao Fim da Noite, pg 118]
— Estou te reconhecendo direitinho, que é que aconteceu com a velha? Você já vinha crente que ia tirar a barriga da miséria, hein, seu cafajeste? Quem sabe também achava que ia enrrabar a madrinha?
[Grande Sertão: Veredas, pg 532. Riobaldo aparece por detrás da cortina, reflexivo]
Aquela mulher sabia dureza; riscava. Ela discordava de todo destino. Assim estava com um vestido preto, surrado muito desbotado; caiu o pano preto, que tinha enlaçado na cabeça, e ela não se importou em ficar descabelada. E a boca marcava velhos sofrimentos? Para mim, ela nunca teve nome. Não me disse palavra nenhuma, e eu não disse a ela. Tive receio de vir a gostar dela como fêmea. Muito melhor que ela não carecesse de vir - que se tem que carregar cobras na sacola, sem concessão de se matar... [Riobaldo observa Raskólnikov petrificado e delibera, na pg 544] Aquele homem, mesmo com a valia e bizarria dele, eu pudesse querer mais no meu bando? [e solta a voz, finalmente, pg 566] "Tu, menino, tu vem adiante, mano-velho: emparelhado comigo... Tu me dá sorte!".
[Crime e Castigo, pg 95]
"O que eles estarão?..." Esperou com paciência. Num instante tudo ficou em silêncio, cessou bruscamente: dispersaram-se.
[Viagem ao Fim da Noite, pg 118]
Fomos embora nós três juntos para os lados de Grenelle. Contamos nosso dinheiro, o de nós três, não dava muita coisa, e depois talvez ainda sobrassem alguns trocadinhos, mas não suficientes para uma trepadinha na zona. Mas mesmo assim fomos ao puteiro, só para tomar um trago.
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